Veículo da NASA em Marte vai receber cirurgia no cérebro a milhões de quilômetros de distância
O Oppy – nome pelo qual a NASA chama seu rover no Twitter – chegou em Marte há 11 anos, em janeiro de 2004. Ele deveria funcionar apenas por alguns meses: 90 dias marcianos, ou cerca de 92 dias terrestres. Mas o Oppy continuou explorando o planeta muito depois de sua vida útil prevista.
Bem, uma hora até os robôs de metal sucumbem ao tempo. Em agosto, a NASA informou que o Oppy estava sofrendo de “amnésia”. A memória flash do rover (256 MB) começou a se desgastar depois de tanto uso, então o rover passou a ignorá-la, salvando seus dados na RAM, que não retém informações se o sistema for desligado.
Isso significa que o Oppy está salvando dados, desligando à noite, e acordando sem qualquer memória das tarefas que ele completou. Durante o Natal, o Oppy parou de se comunicar com a equipe da NASA na Terra – mas ele finalmente voltou a responder.
Como corrigir um robô que está a 200 milhões de quilômetros da Terra, e que usa hardware projetado há mais de uma década? Bem, a Discovery News diz que a NASA vai “hackear” o software do Oppy à distância. O plano é fazer o rover pensar que sua memória flash tem apenas seis bancos, em vez de sete; com isso, ele vai pular o banco de memória defeituoso que faz o Oppy salvar tudo na RAM.
“É como ter um parente idoso, que tivesse boa saúde – fizesse uma corrida todo dia, jogasse tênis – mas nunca se sabe, ele poderia ter um derrame no meio da noite”, diz John Callas, gerente de projeto da Nasa, ao Discovery News. “Então nós sempre fomos cautelosos de que algo assim poderia acontecer.”
É incrível que a NASA possa escrever um software na Terra e enviá-lo, via retransmissão de satélite, até Marte. Esse software vai chegar a uma máquina com 11 anos de idade, que vai implementá-lo e, com sorte, continuar em sua viagem pelo planeta vermelho. Se funcionar, será um bom presságio para ótimas coisas por vir este ano.
FONTE: Gizmodo.uol.com.br/