O stress engorda?

O stress engorda?

Sim. Uma resposta simples para uma pergunta simples. Ah, não sabia? É verdade, o aumento de peso e os diferentes níveis de stress aos quais podemos estar expostos estão ligados em mais maneiras do que uma. Para além de contar calorias, reduza ostress para não ter uma surpresa desagradável da próxima vez que subir à balança.

Hormona do stress

Seja qual for a fonte de stress – profissional ou pessoal – a verdade é que o nosso corpo entra imediatamente em alerta, produzindo alterações relativamente aos níveis de energia, metabolismo, circulação sanguínea e na libertação de mais ou menos hormonas. Não parece nada de especial? E se lhe dissermos que longos períodos de stress (ou então o stress crónico) libertam, curiosamente, a hormona do stress, também conhecida como hormona cortisol? Ora, uma vez “à solta”, o cortisol interage com o funcionamento natural do organismo, alterando-o de formas que, entre incentivar vários problemas de saúde, também engorda.

Cortisol ataca

Impulsionado por um estilo de vida ou uma fase particularmente stressante, o cortisol pode contribuir para o aumento de peso de 4 formas distintas:

  • Desejos.

Visualize o seguinte cenário: acaba de sair do escritório para ir almoçar antes de voltar para acabar aquela apresentação importantíssima que vai exibir à direcção no dia seguinte. Anda nisto há semanas, sem dormir, já roeu as unhas até desaparecerem e está uma pilha de nervos… o que vai almoçar? Uma salada nutritiva ou uma pizza gordurosa? Apostamos na segunda opção. É que quem sofre de stress crónico está instintivamente mais desejoso de alimentos processados, com muito açúcar e/ou sal. Ou seja, o menos saudável possível e fonte infinita de calorias.

  • Metabolismo.

OK, a sua vida anda numa roda-viva e o stress tem sido o seu companheiro de viagem há muitos meses. Em contrapartida, não tem alterado muito o seu regime alimentar, mas mesmo assim… engordou. Inexplicável? Não. Muito cortisol (resultante de muito stress) pode reduzir o seu metabolismo, ou seja, se está com dificuldade em queimar calorias, é natural que ganhe peso. O agravante é que até seguir uma dieta torna-se difícil neste estado.

  • Açúcar no sangue.

Longos períodos de stress podem ainda alterar os níveis de açúcar no sangue e já sabemos o que acontece aí: alteração de estados de humor, fadiga e até hiperglicemia. Não queremos ser alarmistas, mas a verdade é que já alguém disse “o stress mata” e aoverdose de stress está ligada à síndrome metabólico – um conjunto de perturbações que pode ser a origem de problemas de saúde muito preocupantes, como o diabetes ou os enfartes.

  • Armazenamento de gordura.

O stress em excesso consegue ainda afectar a forma como o corpo armazena gordura, ou seja, elevados níveis de stress estão directamente relacionados com a gordura abdominal. Um grande problema para muitas pessoas, para além de ser esteticamente desagradável, uma “barriguinha” com alguns quilos a mais tem vários factores de risco associados em termos de saúde.

Stress: uma estranha forma de gordura

Curiosamente, o stress é ainda capaz de influenciar o nosso aumento de peso indirectamente, através de actos e gestos quotidianos que acabam por ser prejudiciais para um estilo de vida saudável. Mesmo se esquecermos por momentos a hormona cortisol, se o factor stress se mantiver, o aumento de peso também vai continuar a ser real. Veja como.

  • A comida é um escape emocional.

Existem milhões de pessoas em todo o mundo que procuram conforto e um escape na comida. E não estamos a falar de um peixe grelhado ou uma sopa de legumes… estamos a falar naqueles “desejos” que abordamos há pouco. Não temos fome, mas estamosstressados por isso toca a trincar! O resultado? Comemos sem apetite e mais vezes do que o normal… mais cedo ou mais tarde, a balança vai acusar.

  • Comida de plástico.

Para além de dizer “estou super-stressado”, qual é a segunda frase mais popular dito por quem tem um dia-a-dia altamente stressante? “Não tenho tempo!” Os especialistas acreditam que esta é também uma “desculpa” perfeita para as pessoas não confeccionarem refeições saudáveis e deliciosas em casa, optando antes por mandar vir uma pizza ou passar pelo drive-thru do McDonald’s. Revê-se nesta imagem?

  • Falta de tempo para o exercício físico.

O “não tenho tempo!” volta ao ataque, desta feita para explicar uma vida sedentária – passada em filas de trânsito, numa secretária e em frente à televisão – sem o tão necessário exercício físico. Tudo junto e os quilos não param de aumentar.


Felizmente, existem várias maneiras, fáceis e eficazes, de reduzir o stress na sua vida. Feito isso, é meio caminho andado para voltar a uma dieta alimentar saudável, com mais tempo para o desporto e menos tempo para roer as unhas.

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